Por Andressa Folly

Novos métodos de ensino e aprendizagem estão constantemente sendo discutidos, parece haver um consenso no sentido de que uma aula expositiva, por si só, pode não ser considerada um método completo. Já afirmava Paulo Freire que: “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.” Dentro desse cenário, começou a circular no Brasil um movimento alinhado com a proposta da aprendizagem ativa. Um desses exemplos foi o programa STEAM TechCamp Brasil, que promove a disseminação da ciência, arte, tecnologia, engenharia e matemática para professores e alunos das redes públicas de ensino, além de integrar e fortalecer as redes públicas do estado.

O Programa STEAM TechCamp Brasil é uma iniciativa da Embaixada dos EUA no Brasil em parceria com o Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico (LSI-TEC) e conta com o apoio da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP). A sigla STEM é um acrônimo anglófono para as palavras Science (Ciência), Technology (Tecnologia), Engineering (Engenharia) e Mathematics (Matemática). O prorama tem como objetivo estruturar uma rede de multiplicadores formada por gestores das Secretarias Estaduais de Educação e professores líderes de ações escolares em Ciências, Tecnologia, Engenharias, Artes e Matemática (STEAM). Busca articular e aprimorar ações existentes e elaborar e implantar novas ações voltadas à aprendizagem ativa de STEAM nas redes públicas de educação básica do Brasil.

Mas o que é aprendizagem ativa?

Trata-se de um termo técnico para um conjunto de práticas pedagógicas que abordam a questão da aprendizagem pelos alunos sob uma perspectiva diferente das técnicas clássicas de aprendizagem. O uso de metodologias ativas vai além das aulas discursivas, seguindo os princípios de que aquele que ensina também aprende ao ensinar, e que quem aprende, ensina ao aprender. Para tanto, requer que os alunos sejam mais proativos na aquisição de sua aprendizagem.

Há diferentes métodos de aprendizagem, por exemplo: a aprendizagem baseada em projetos (ABP), aprendizagem baseada em problemas, gamificação, sala de aula invertida (flipped classroom), aprendizagem entre pares, cultura maker, storytelling, estudos do meio e outros.

O caso da TechCamp Pará

O TechCamp Pará aderiu ao prorama STEAM TechCamp Brasil em 2018, com o objetivo de divulgar e fomentar projetos de implantação e disseminação de práticas educacionais voltadas à aprendizagem ativa na rede pública de educação básica do Estado do Pará. Segundo Rafael da Luz Herdy, da Coordenação de Tecnologia Aplicada à Educação (CTAE), os objetivos principais do TechCamp Pará são: disponibilizar o acesso e a participação de forma igualitária com os alunos da educação especial; incentivar a participação das mulheres, no campo de STEM; e fazer com o que o próprio aluno seja protagonista do seu aprendizado.

Fonte: https://sites.google.com/escola.seduc.pa.gov.br/techcampara/3%C2%BA-techcamp-par%C3%A1-2020

Em 2018, o evento contou com 3 edições, tendo sido realizada uma mostra com 20 trabalhos científicos realizados pelos estudantes da rede pública de ensino. Foram ofertados, ainda, cursos voltados para professores e participantes do evento. As temáticas dos cursos variaram de robótica e programação a ferramentas digitais de aprendizagem. Em 2019, o evento trouxe um futebol de robôs, em que alunos da rede pública de ensino construíram robôs feitos de material reciclado, que podiam ser controlados pelo smartphone. O processo todo durou um ano.

Em novembro de 2020 e fevereiro de 2021, por conta da pandemia da Covid-19, os alunos tiveram desafios semanais de forma online, como: a construção de um robô que desenha ou uma luva robótica. Por meio de atividades que possibilitam o aprendizado, os alunos participantes criaram hipóteses e testaram os materiais pedagógicos e tecnológicos enviados pela SEDUC. Cada aluno precisou construir um protótipo (modelo) e gravar um vídeo relacionando o desafio da semana com os objetos de conhecimento que poderiam ser encontrados no protótipo.

“A experiência insere muita informação no estudante, no sentido em que coloca o aluno como protagonista, pois é o principal responsável por entregar e responder o desafio da questão posta, já o professor, orienta na questão para os alunos”, explicou o professor e orientador da disciplina de Física, José Cruz.

Fonte: https://sites.google.com/escola.seduc.pa.gov.br/techcampara/3%C2%BA-techcamp-par%C3%A1-2020/fotos?authuser=0

Referências

https://redepara.com.br/Noticia/180156/techcamp-para-desperta-interesse-de-alunos-da-rede-estadual-por-tecnologia

https://www.agenciapara.com.br/noticia/25104

https://agenciapara.com.br/pauta/1879/

https://sites.google.com/escola.seduc.pa.gov.br/techcampara/3%C2%BA-techcamp-par%C3%A1-2020?authuser=0